quinta-feira, 23 de julho de 2009

Recompensa de 1 milhão de dolares

James Randi oferece um milhão de dólares a quem provar ter poderes “sobrenaturais”, em condições controladas.

Até hoje ninguém conseguiu convencer James “Amazing” Randi, ilusionista e cético canadiano radicado nos EUA. Ele é, sem sombra de dúvida, uma pessoa muito segura das suas ideias. Afinal está oferecendo 1 milhão de dólares a quem conseguir provar, sem qualquer tipo de subterfúgios, possuir poderes paranormais, seguindo o método científico.

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De facto não foram poucos os pretendentes a tão apetecido prémio. Todos foram devidamente desmascarados, alguns de forma humilhante, ao vivo na TV. Um dos mais famosos foi Uri Geller, o mundialmente conhecido “entortador de talheres”. Outro foi Peter Popoff, um famoso pastor tele-evangelista que aclamava curar pessoas com o poder da fé (ver vídeo abaixo).

Poderão ver as pesquisas realizadas por Randi no seu site.

A Fundação Educacional James Randi pretende usar o dinheiro em projectos mais importantes, caso o prémio não seja entregue.

Apressem-se, paranormais! O desafio de James Randi que oferece um milhão de dólares a qualquer pessoa que prove cientificamente qualquer fenómeno sobrenatural será encerrado no dia 6 de março de 2010, 12 anos após sua criação.

Sem dúvida nenhuma, 10 anos foi tempo mais do que suficiente para que algum paranormal, de verdade, aparecesse. Contudo, pode ser que esse paranormal tenha andado distraído e não soubesse da existência desse desafio, pelo que ainda tem mais dois anos para se registar. Esperem aí, um paranormal não saber deste tipo de desafios? De certeza que os espíritos avisar-lhe-iam, as cartas indicar-lhe-iam, os astros informarem-lhe-iam da existência de tal concurso. Falta de informação não pode ser, porque essa gente até é muito "bem" informada.


Se o prémio não for entregue a ninguém, não tenham dúvidas: será, tout court, prova suficiente de que todas as alegações paranormais e sobrenaturais são falsas e que todos esses fenómenos não passam de truques. Poder-me-iam dizer que os verdadeiros paranormais não querem dinheiro (o que seria uma grande treta, diga-se de passagem), pois mesmo não querendo das "verdinhas" poderiam matar 3 coelhos com uma cajadada só, pois poderiam doar 1 milhão de dólares a alguma instituição, fazer um pouco de publicidade e calar a boca dos cépticos.

desafio paranormal de US$ 1.000.000 de Randi

James Randi, também conhecido como O Espetacular Randi, mágico e James Randi autor de várias obras céticas a respeito de alegações paranormais, sobrenaturais e pseudocientíficas, vem oferecendo, há cerca de dez anos, "um prêmio de um milhão de dólares para qualquer um que possa demonstrar, sob condições de observação adequadas, evidências de qualquer poder paranormal, sobrenatural ou oculto". Suas regras não vão muito além daquilo que qualquer cientista razoável exigiria. Se você for um entortador mental de colheres, não poderá usar seus próprios talheres. Se pretender enxergar auras, terá que fazê-lo sob condições controladas. Se for realizar a visão remota, não terá crédito por se aproximar do acerto de forma vaga. Se for demonstrar seus poderes de radiestesia, prepare-se para ser testado sob condições controladas. Se for fazer cirurgias psíquicas ou apresentar estigmas, terá de fazê-lo com câmeras observando cada movimento.

Em janeiro de 2007, Randi anunciou uma mudança importante nas regras:

A partir de 1º de abril de 2007, passaremos a exigir duas qualificações importantes de todos os que desejarem candidatar-se. Em primeiro lugar, qualquer candidato deverá ter expressão na mídia. Com isso, queremos dizer que deverá haver algum reconhecimento por parte da mídia - uma entrevista na televisão, menção em jornal, algo escrito na imprensa, ou uma referência em livro, que forneça detalhes das alegadas habilidades do candidato.... A segunda exigência é que o candidato deverá fornecer um endosso de natureza acadêmica. Isto significa algum tipo de validação feita por um acadêmico adequadamente qualificado....

Assim que essas qualificações forem oferecidas, nós as verificaremos, solicitando validações. Solicitaremos que as autoridades citadas confirmem que fizeram tal declaração sobre o candidato, ou que sustentam tal opinião, e que ainda assumem tal opinião. A simples declaração por parte do candidato não será aceita.

É possível que dispensemos a exigência de um teste preliminar, assim que essas duas qualificações tenham sido validadas. Neste caso, estaremos dispostos a passar diretamente para a segunda fase: o teste formal. *

Outra mudança importante no desafio de um milhão de dólares é que a JREF planeja:

regularmente e oficialmente chamar a atenção para pessoas bem conhecidas da área e desafiá-las diretamente e nominalmente. Os desafiados terão, então, um prazo de seis meses para responder. Durante esse período, a JREF irá amplamente divulgar o fato de que o desafio foi feito. Enviaremos anúncios à imprensa sobre o assunto e pediremos com freqüência que os desafiados respondam. A idéia é iniciarmos desafiando formalmente Uri Geller, James Van Praagh, Sylvia Browne, e John Edward, em 1º de abril.

Em janeiro de 2008, a JREF anunciou que a oferta do prêmio de um milhão de dólares será encerrada em 6 de março de 2010.

Há outros que oferecem prêmios para qualquer um que possa demonstrar poderes paranormais. Depois de receber o milhão de dólares de Randi, os paranormais bem-sucedidos podem ir à Índia e fazer contato com B. Premanand, que se dispõe a pagar 100.000 rúpias "a qualquer pessoa ou pessoas que demonstrem qualquer capacidade psíquica, sobrenatural ou paranormal de qualquer tipo, sob condições de observação satisfatórias." Além disso, "Prabir Ghosh pagará 2.000.000 de rúpias a qualquer um que alegue possuir poderes paranormais e que o prove sem recorrer a nenhum truque, na localidade especificada por Prabir Ghosh."

Os Céticos Australianos oferecem 100.000 dólares da Austrália, sendo 80.000 para o paranormal, e 20.000 para qualquer um "que indique uma pessoa que tenha sucesso no Desafio dos Céticos Australianos". Se você indicar a si mesmo e for bem sucedido, ganha os cem mil inteiros.

A Associação para a Investigação Cética (ASKE), organização cética do Reino Unido, oferece 12.000 libras por provas de poderes paranormais.

O Grupo Investigações Independentes "oferece um prêmio de US$ 50.000 para qualquer um que possa demonstrar, sob condições de observação adequadas, evidências de qualquer evento ou poder oculto, paranormal ou sobrenatural".

Os Céticos do Norte do Texas oferecem US$ 12.000 para qualquer pessoa que possa demonstrar qualquer capacidade ou poder paranormal ou psíquico sob condições de observação cientificamente válidas.

Os Céticos de Quebec oferecem US$ 10.000 a qualquer astrólogo que consiga demonstrar sua arte de acordo com um experimento científico formal.

Os Céticos da Baía de Tampa oferecem US$ 1.000 a qualquer um que possa demonstrar qualquer fenômeno paranormal sob condições de observação de comum acordo.

Um grupo da Nova Zelândia que se auto-denomina "Imortalidade" está oferecendo um prêmio de $NZ 2.000.000 para qualquer um "que possa apresentar uma capacidade paranormal real, sob condições controladas". Um milhão irá para o candidato bem sucedido, e o outro para a instituição de caridade de sua escolha.

Concluindo, o mágico Chris Angel ofereceu US$ 1.000.000 do próprio bolso a Uri Geller e Callahan se eles pudessem determinar, de forma paranormal, o conteúdo de um envelope que ele tinha nas mãos. A oferta foi uma resposta à alegação de Callahan de que sua performance num truque em um programa de TV chamado "Phenomenon" [Fenômeno] tinha sido auxiliada pela orientação de espíritos.

A oferta de prêmios em dinheiro como incentivo para que assim denominados paranormais provassem suas alegações não é nova. Em 1922, a revista Scientific American ofereceu dois prêmios de US$ 2.500, um para a primeira pessoa que pudesse apresentar uma fotografia espiritual autêntica, sob condições de teste, e outro para o primeiro médium que apresentasse uma "manifestação psíquica visível" autêntica (Christopher 1975: 180). Houdini, o médico mais destacado da época, era membro da comissão de investigação. Ninguém ganhou os prêmios. A primeira a anunciar que estava pronta para ser testada foi Elizabeth Allen Tomson, mas depois que foi pega com 180 metros de gaze presa com fita à virilha, com flores sob os seios e com uma cobra na axila, nunca foi formalmente testada (Christopher 1975: 188). A honra de ser o primeiro médium testado pela equipe da Scientific American coube a George Valiantine. Ele não sabia que a cadeira em que se sentava durante a sessão, numa sala completamente escura, havia sido ligada a fios, de forma a acender um sinal numa sala ao lado toda vez que deixasse o assento. Curiosamente, fenômenos como uma voz vinda de um trompete que flutuava pela sala aconteciam somente nos exatos momentos em que o sinal acendia.

A Reverenda Josie K. Stewart também não conseguiu produzir mensagens manuscritas de pessoas mortas, trazidas a ela por seu guia espiritual Effie. Os membros da comissão marcaram suas cartas e ela fracassou três vezes antes de declarar sucesso na quarta tentativa. Mas, como as mensagens que produziu não estavam nas cartas que haviam sido fornecidas pela comissão da Scientific American, determinou-se que ela havia tentado tapeá-los! Que surpresa!

Outro candidato, Nino Pecoraro, alegava ter Eusapia Palladino como guia espiritual. Estava saindo-se bem, enganando alguns dos membros da comissão, até que Houdini apareceu durante uma sessão, pegou a corda de 20 metros usada para amarrar Pecoraro, cortou-a em vários pedaços menores e amarrou "os pulsos, braços, pernas, tornozelos e tronco do paranormal". Houdini, mestre da arte de escapar, sabia que "mesmo um amador poderia conseguir folga suficiente para soltar as mãos e pés" quando amarrado com uma corda comprida (Christopher 1975: 191). O grande Pecoraro não conseguiu ter sucesso naquela noite.

O quinto candidato ao prêmio da Scientific American foi Mina Crandon, conhecida no mundo do ocultismo como "Margery." Ela também não ganhou. (Para ler mais sobre "Margery," veja o verbete sobre ectoplasma).

Na década de 1930, Hugo Gernsback ofereceu um prêmio de US$ 6.000 para qualquer astrólogo que pudesse prever com precisão três eventos importantes em um ano. Nunca teve de pagar um centavo a ninguém. *

Alguém poderia pensar que, após mais de 150 anos de testes científicos de paranormais, deveria haver ao menos um que pudesse demonstrar um único poder psíquico sob condições de teste. O parapsicólogo Dean Radin alega que as evidências de fenômenos paranormais são tão fortes que somente a tendenciosidade o preconceito evitam que os céticos aceitem que a PES ou a psicocinese sejam reais. Por que, então, ele não reivindica o prêmio de um milhão de dólares? Segundo Radin:

para o tipo de efeito observado em laboratório, mesmo um prêmio de um milhão de dólares não cobriria os custos de se conduzir os experimentos necessários. Assumindo-se que precisaríamos mostrar probabilidades de, digamos, 100 milhões para 1 para ganhar um prêmio de um milhão, quando se calcula quantas tentativas repetidas, participantes selecionados, múltiplos experimentadores e observadores céticos são necessários para se obter esse resultado, os custos combinados mostram-se maiores que o prêmio. Assim, sob uma perspectiva puramente pragmática, os vários prêmios oferecidos até agora não são suficientemente incentivadores. (Radin 2006: 291)

O fato é que a maioria dos parapsicólogos desistiu de tentar encontrar uma única pessoa com uma única capacidade paranormal. Agora estudam grupos de pessoas e coletam montanhas de dados, esperando encontrar algum resultado que provavelmente não seja devido ao acaso, o que então declaram ser evidência de psi, segundo sua hipótese de que se não é provável que o resultado seja devido ao acaso, então é razoável concluir que se deva a psi. Em outras palavras, deixaram de ser tapeados por vigaristas para ser tapeados por si mesmos.


Clique aqui para ver um vídeo de Randi desmascarando Geller e Popoff em "Segredos dos Paranormais" do programa NOVA.


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